MEC lança PNAIC e dá curso de capacitação a professores da rede pública


Ministério da Educação – MEC lançará, em outubro, oPacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC, que determina que todas as crianças devem ser alfabetizadas ao fim do 3º ano do ensino fundamental, aos oito anos de idade. A meta 5 do Plano Nacional de Educação – PNE, em tramitação no Congresso, também reforça o objetivo.
No Brasil todo, 5.182 municípios (93,2% do total) aderiram ao pacto e receberão do Ministério materiais didáticos e cursos de formação docente. Segundo especialistas, a notícia deve ser comemorada em partes, porque a idade estipulada para que o processo de alfabetização se concretize pode ser avançada.
“Oito anos é muito tarde. O País já paga muito caro pelo histórico de falta de atenção à educação. Então, se a ideia é mudar isso, temos de centrar esforços e apostar em metas mais ousadas”, afirmou Izolda Cela de Arruda Coelho, secretária de Educação do Ceará.
O neurocientista Ivan Izquierdo, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, explicou que essa alfabetização tardia é uma questão cultural e mudar esse paradigma exige que as políticas públicas considerem, além do olhar dos pedagogos, a visão de outros cientistas. “Não dá para trabalhar isolado. O cérebro é uma questão da neurociência. Aos três anos, a criança já tem condições de dominar e usar a linguagem. Aos seis, já pode estar alfabetizado”.
Para o presidente do Instituto Alfa e Beto, João Batista Araújo e Oliveira, seis anos é a idade ideal para a alfabetização. Segundo ele, é a época em que se alfabetiza na maior parte dos países que têm um idioma com complexidade parecida à da língua portuguesa. “Considerando que a escolarização tem começado aos 4 anos, não dá para conceber que se leve outros quatro para que essa criança leia e escreva”, disse.
Já para Priscila Fonseca da Cruz, diretora executiva da ONG Todos pela Educação, apesar da capacidade neurológica das crianças, trabalhar com idade limite inferior aos oito anos é utopia. “Uma meta precisa ser desafiadora, mas factível. É claro que há muitos que lerão aos seis e aos sete anos, mas se conseguirmos uma régua que garanta que ninguém chegue aos nove analfabeto, já é um bom início”.

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